Escher

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quinta-feira, março 12, 2015

A vida é um jogo de palavras

Um dia de cada vez
Pois o que está feito está feito
O que aconteceu aconteceu
E o que tem de ser feito
Tem de ser feito
E fim
Que a vida é assim

O que aconteceu acontecerá
E o que está feito
Tem de ser feito de cada vez
E em um dia é fim
Pois a vida e assim

Um dia vai e vem
O que é feito é feito vento
O que aconteceu acontece
E o fim tem de ser feito
Pois a vida é assim

Um dia está feito
Tem de ser feito de cada vez
E o que aconteceu é fim
Pois a vida é assim

Cada vez é um dia
Feito fim que acontece
Está na vida
Que assim tem de ser
Pois a cada vez é assim

O que está feito em um dia
Está feito de cada vez
E fim
Pois é assim

Sei lá



Sussurros de ventos, leves passos eram os seus.
Dores fortes e sombrias brotavam no suor, no caminho
Que meu corpo sentia quando você me percorria
Dentro, dentro da minha vida.
Luzes, luzes, explodiam matizes!
Morte
Morte
Ah vida! Aquilo sim era ser deus,
Aquilo sim era existir, pulsar, você pulsar!
Ir, vir,
Ir, vir,
Caminhar, dançar, pular, fluir, correr, cavalgar.
Voar?
Gozar!
Amar!
Ah... Eu queria outra vez dançar no meu corpo
Com teu corpo pra nunca mais ser eu!
Ser seu, sei lá...

...



Desde que o mundo é mundo
Eu sou eu.
As águas que correm salgadas, doces,
Fosforescentes auroras das manhãs
E ventos e neves, sóis e vulcões.
Desde que a vida pulsa
E a morte mata
Que eu sou eu.

Quando a luz se fez,
E o verbo cantou,
Que a vida floresce,
Que o mal se imiscui
E a bondade roga
A mais tola prece.
Eu sou eu.

Quando a dor é pranto
Quando a dor é canto
Quando a dor é silêncio.
Eu sou eu.

E porquanto, ainda, há esperança
Em átimos fulgurantes em que a vida se esvai
Eu sou eu.


E quando o desalento toma a face
E o tempo sorve cada gota de amor,
De labor,
De ardor,
Eu sou eu.

Desde a terra
E sua lua,
Sois algures,
Galáxias e suas brumas,
Enquanto tudo isso é
E antes até,
Eu sou eu.

Em cada átomo
Em cada quark
Que pulsa ordem
E clama caos
Diante de Deus
Diante do Mal
Eu sou Eu
E até mais.

Ritmo




No ritmo do mundo
Nada deixa de sangrar.
Gotas de sangue, suor,
Não há muito que falar
Sobre as pestes, as feras,
Loucas insanas que nos trepam
Na loucura absorta em nossa mente,
Quente, feito gente, elas nos cerram,
Matam, nos amam certas do mistério
De que no ódio há mais bondade
Do que nas grades desse sentimento estéril!
Até elas sangram.
Como eu disse, no ritmo do mundo
Nada deixa de sangrar.