Eu procuro entre as teias de sentimentos
Que lentamente, levemente, se tecem
Aquilo tudo que um dia me fez feliz, mesmo infeliz
Enquanto não encontro, enquanto só me resta sussurros
Sinto que é difícil não me sentir podre
Já que há muito deixei de sorrir por prazer
Eu poderia fingir ser um lobo solitário, mesmo rodeado de amigos
Ou me fingir popular, mesmo abandonado no frio quarto
Mas não perco meu tempo com os outros, que se perdem
É que na vida, quanto mais se vive, mais difícil é sobreviver
E torna-se complicado participar de cada fútil bondade
Que todos se sentem na obrigação de aconselhar no bom dia, na igreja, no lar
Mas não que eu busque isso, é apenas a simples consequência de si ser
Assim, real em si mesmo, e por isso mesmo viver
Quem não sabe isso, não vive, representa.